TRADUÇÃO E INTERCULTURALISMO EM ESPERANDO GODOT

Autores

  • Micaela Rodrigues de Souza Fraga de Magalhães Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Resumo

O presente artigo busca analisar a peça Esperando Godot, de Samuel Beckett, sob uma ótica dos estudos sociais e dos estudos da tradução. Para isso priorizaremos a encenação dessa peça em contextos de conflito, como a montagem de Susan Sontag, em Sarajevo, durante a guerra civil na Iugoslávia (1993), e a encenação bilíngue (árabe e hebraico) da mesma obra, em Israel (1985). Discutiremos como essas encenações evidenciam que a “tradução é, simultaneamente, um trabalho intelectual e um trabalho político” (SANTOS, 2006, p. 808) e como elas partem de um lá considerado por muitos como inexistente, já que não faz parte de uma realidade concebida pela razão metonímica.

 

DOI: 10.18304/1984-6614/scripta.alumni.n15p33-46

 

 

Biografia do Autor

Micaela Rodrigues de Souza Fraga de Magalhães, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

mestranda em Estudos Linguísticos pelo PPGEL (FAPES/UFES)

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Publicado

2016-06-27

Edição

Seção

Filosofia, Política e Literatura